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Sociedade - Tempo Real e Tempo Interno

Daniela Filipe Bento Daniela Filipe Bento Seguir 28 de novembro de 2010 · 2 mins read
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Numa tentativa de agregar alguns textos antigos, aqui fica alguns que estavam presentes num antigo blogue meu:

Desmentir uma Verdade Social - A pureza de uma sociedade que erra pelo que está certo e sente o que está certo por pensar erradamente

Aqui fica o último: #004 - Tempo Real e Tempo Interno

[Quinta-feira, 15 de Novembro de 2007] #004 - Tempo Real e Tempo Interno

No outro dia, enquanto caminhava, deu para pensar um pouco em questões um tanto ou quanto banais e que apenas nos vêm à cabeça quando, não há mais nada para fazer.

Pensar no tempo, de facto, é algo um bocado estranho e, por vezes, é necessária alguma atenção devido ao nosso contador de tempo real, o relógio. É frequente ouvir expressões como “Eia, o dia passou tão rápido” ou “raio, nunca mais chega a hora”… Isto deriva não do tempo real andar mais devagar ou mais depressa, mas sim, do nosso relógio interior estar directamente relacionado com as emoções, sentimentos e sentidos.

Uma boa maneira de verificar isto será, sem dúvida alguma, caminhar por um lugar desconhecido. É facilmente visível que, aquando da primeira viagem, o tempo será mais lento, muito mais lento do que quando se faz a viagem pela segunda vez. Isto, a meu ver, tem uma interpretação algo simples, mas que penso que a explicação deve ser muito mais complexa que isto, mas é talvez uma área de conhecimento que eu ainda não cheguei, daí, vou apenas falar da minha interpretação.

O que eu penso é simples. Existe uma co-relação entre a “quantidade” emotiva, sentimental, volume de captação que os nossos sentidos estão a ter e o tempo interno. Se tivermos atenção, reparamos que ao caminhar numa estrada desconhecida, a generalidade dos nossos sentidos está activa, ou talvez, ainda mais activa que o normal. O que me parece, que acontece, é que esse nível acentuado nos sentidos faz-nos, de alguma forma, ter uma amplitude nos reflexos maior e por sinal, ter uma noção mais lenta das acções. Por outro lado, quando a quantidade emotiva e sentimental é grande. Por exemplo, numa festa com os amigos, o volume de sentimentos e emoções cresce bastante… é frequente haver a noção que o tempo passa muito rápido.

Sinceramente, retratando um pouco os sintomas da ansiedade como conjunto de estados emotivos e de sentidos, por vezes, este conjunto dá-nos surpresas. Ao que eu observo, é bastante difícil de prever um padrão determinado no tempo interno produzido pela ansiedade, dado que maioritariamente, esta é constituída pelas duas partes que aceleram e reduzem o tempo interno.

Além disto, uma vez que não é possível colocar ambas as questões em sacos distintos, geralmente esta noção de tempo interno torna-se muito relativa mesmo dentro da própria evolução interna do indivíduo.

Daniel Bento

Daniela Filipe Bento

Escrito por Daniela Filipe Bento Seguir

escreve sobre género, sexualidade, saúde mental e justiça social, activista anarco/transfeminista radical, engenheira de software e astrofísica e astronoma